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1 de out. de 2012

Resenha de "O AUGE E A QUEDA DAS ECONOMIAS KEYNESIANAS"

BLEANEY, M. The Rise ans Fall of Keynesian Economics: An investigation of its contribution to capitalist development. London: Macmillan, 1985. p. 40-80

            Mais difícil que o experimentar uma crise financeira como a de 1929 deve ter sido sentir seus efeitos logo em seguida ao estopim, durante a década de 1930, quando a queda dos preços das mercadorias em todo o mundo assolou economias centrais e delas exigiu medidas de ajustes para retomada do crescimento. No segundo capítulo da obra de Bleaney, Escaping from the Great Depresseion, o autor demonstra que antes mesmo de Keynes ter finalizado sua obra revolucionária, a "Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda", em 1933, países como EUA, Suécia, França e Alemenha, cada qual a seu modo, já haviam adotado um conjunto de medidas não ortodoxas para combater os efeitos da crise, incluindo políticas de caráter fiscal. É explicado, também, para esse conjunto de países, como tais políticas foram conduzidas ao longo da década, seus desdobramentos para a economia do país e, também para o mundo capitalista. 

Nos EUA, as políticas fiscais expansionistas promovidas pelo presidente Hoover no início da década, como gastos em obras públicas e melhoria das condições previdenciárias aos veteranos da primeira Guerra Mundial, foram seguidas pelas medidas do New Deal orientadas sob o governo Roosevelt. A adoção de medidas cambial (desvalorização do câmbio), monetária (redução da taxa de juros, manutenção de preços e salários), e fiscal (investimentos públicos e programas de seguro social) não evitaram a nova crise de 1937-38, provavelmente efeito da má aplicação da teoria do pump priming, na qual o Estado só pode abrandar sua política fiscal expansionista ao passo que o setor privado já esteja novamente saudável para retomar sua taxa de investimentos. Inversamente, o autor classifica a Suécia como o caso de maior êxito na adoção das políticas keynesiasnas. A aplicação do pump priming nesse país possibilitou que, em 1935, sua taxa de investimentos já ultrapassasse os níveis pré-crise contribuindo, assim, com sua a rápida reconstrução. Na França o destaque foram às leis redistributivas adotadas por Léon Blum (pagamento de férias remuneradas e diminuição da carga de trabalho de 48 para 40 horas), que não apenas serviram para estimular a demanda agregada, como para descontinuar a soberania do capital financeiro e industrial no país. Na Alemanha, além da política fiscal (gastos públicos na área de habitação) e monetária (controle de preços e salários) para evitar a inflação, os gastos militares e o memorando da guerra nazista foram os predominantes para a reconstrução do país. 

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