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3 de out. de 2012

Resenha de "A EVOLUÇÃO DO CAPITALISMO MODERNO" - Cap. X

HOBSON, J. A. A Evolução do Capitalismo Moderno. Abril, SP, 1993, Cap X


Indispensável à passagem do capitalismo primitivo ao industrial moderno a partir do último quarto do século XIX nos EUA foi a classe dos grandes "financistas" – patrocinadores, banqueiros, corretores de títulos mobiliários e câmbio. A eles que os organizadores dos grandes conglomerados industriais recorriam para adquirir o crédito para desenvolver as tecnologias que lhes permitiria expandir empreendimentos em grande escala de produção – como ferrovias e minas – levando-os à concentração do excedente dos seus rendimentos.

Conforme Hobson descreve no capítulo X dessa obra, intitulado "O Financiador", o grande financista assumiu o posto de autoridade monetária do sistema econômico ao passo que, em troca de uma taxa com a qual garantia sua rentabilidade, ele servia de agente intermediário entre os investidores anônimos e os entrepreneus, ou organizadores dos conglomerados industriais, ao administrar o capital ocioso de uns para financiar vários canais de investimento produtivo, sob a forma de ativos financeiros, dos outros.

Para eles, contudo, pouco importava a parte tangível desses ativos, constituídos pelo número de plantas produtivas, máquinas e pelo verdadeiro limite da capacidade real de expansão industrial, senão que por sua parte "fria", formada por informações privilegiadas, documentos contábeis adulterados, valorização da imagem da marca, número de patentes, posição no mercado (que pode ser perdida caso a tecnologia se torne obsoleta), superestimação da capacidade de produção, e tudo isso para manipular os preços dos títulos que lhes permita comprar das empresas na baixa e vender na alta ao investidor amador, finalmente prejudicado pelo boom passageiro.
            
Dessa forma, segundo o autor, como o crédito se converteu cada vez mais na força vital da indústria moderna, "a classe dos que controlam o crédito se tornou mais poderosa", passou a exercer poder sobre diversas fontes de financiamento, sobretudo ferrovias (ativo imobilizado que garantia segurança ao capital), trustes industriais, e bancos, bem como retirar uma cota maior da riqueza dos negócios em geral. Esgotadas as fronteiras nacionais para reprodução do capital financeiro, novas áreas de investimento eram facilmente dominadas pelos poucos grupos que expandiam seu poder financeiro, industrial e comercial pelo mundo. Grandemente subordinado ao capital financeiro internacional, como é que cada Estado nacional poderia tirar proveito desses investimentos para favorecer seu desenvolvimento econômico e o da sua população?

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