Abas/ guias

29 de dez. de 2015

¿Cuáles son los desafíos que enfrenta Brasil en el tema del crecimiento inclusivo para 2016?

El debate sobre el crecimiento inclusivo ganó prominencia en Brasil en la última década, con la mayor participación del Estado como promotor de las inversiones sociales, especialmente el Bolsa Familia, programa del gobierno federal de transferencia de ingresos que beneficia a 13 millones de familias pobres[1]. Este período se caracterizó también por la incorporación de 51 millones de personas a la clase media brasileña[2], que ahora tienen mayor acceso al crédito para la compra de bienes y servicios, y el alcance del objetivo nacional de reducción de la pobreza establecida en los Objetivos de Desarrollo del Milenio[3] de la ONU.
A pesar de los avances significativos, las desigualdades sociales persisten a las mayorías pertenecientes a las camadas de población más pobres, generalmente con baja escolaridad y residente en regiones y estados más pobres, o mismo marginalizada en las periferias de las grandes ciudades. Este hecho apunta a los límites de este modelo de financiación y advierte a la necesidad de repensar cuáles son los nuevos desafíos para el país encontrar un camino de crecimiento inclusivo en el largo plazo.
Y hay oportunidades en Brasil, especialmente de la mayor participación del sector privado con la cultura de la inversión social, en la que pesa el importante papel de los llamados negocios inclusivos[4], o sea, empresas privadas que buscan desarrollar soluciones de mercado para superar los graves problemas sociales y ambientales que enfrenta el mundo.
El enfoque de los negocios inclusivos es de modelos híbridos, que desarrollan soluciones innovadoras de bajo cuesto, socialmente incluyente y económicamente justas. Estas empresas se llevan de manera simultánea en las características de la empresa privada, con metas en los resultados y la generación de rendimientos financieros, y el tercer sector, con aspiraciones sociales y ambientales significativas.
Para el desarrollo de los negocios inclusivos, diferentes mecanismos de financiación tienen que evolucionar junto con el apoyo de diferentes grupos de interés de este ecosistema, siendo capaz de combinar positivamente las lógicas de  inversiones que al mismo tiempo generen ingresos y proporcionen beneficios sociales. Pero si bien hay espacio para estas innovaciones en las esferas pública y privada, otras cuestiones sistémicas crónicas tales como los altos impuestos, la burocracia y la infraestructura inadecuada también siguen siendo serios desafíos para el crecimiento inclusivo en el país.


[1] Fuente: MDS. RI Bolsa Família e Cadastro Único. Brasília, Nov. 2015.
[2] Fuente: Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). Social e Renda: A Classe Média Brasileira. Brasília: Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, 2014.
[3] Fuente: IPEA. Objetivos de Desenvolvimento do Milênio: Relatório Nacional de Acompanhamento. Brasília, 2014.
[4] Fuente: PNUD. Mercados inclusivos no Brasil: desafios e oportunidades de ecossistema de negócios, 2015.

2 de jun. de 2015

Para além dos limites da pobreza: a miséria em Mumbai, Índia

Vista da entrada de Dharavi

A falta de mobilidade social na Grande Mumbai, na Índia, ou Grande Bombaim, não poderia ser pior. A região conta com mais de 20 milhões de habitantes, 55% dos quais vivendo em uma das 2 mil favelas espalhadas por seus arredores. São 10 mil moradores por favela, em média, vivendo em condições de pobreza extrema, sem padrões de higiene e saúde, educação ou perspectiva, em vida.

O caso mais expressivo é, sem dúvida, Dharavi, uma das mais condensadas favelas do mundo, na qual vivem aproximadamente 1 milhão de pessoas em uma área que equivale ao tamanho de meio Central-Park, em Nova Iorque. Com apenas 700 banheiros (média de ~1.530 pessoas por banheiro, ou praticamente 1 pessoa por minuto no banheiro), limpos dia sim, dia não, o lugar não oferece as mínimas condições de higiene para os padrões de vida da sociedade contemporânea.





Em meio às qualidades mais precárias de salubridade e falta de dignidade, seus habitantes vivem em condições subhumas. A maioria trabalha de cócoras em meio à poluentes tóxicos e córregos com esgoto. No lixão a céu aberto as crianças brincam e correm felizes. E correm sem consciência de si, da sua condição e do espaço que ocupam. E todos aí são chamados intocáveis, e assim o são, invisíveis em meio a sociedade que os mantêm para além da margem, excluídos, com naturalidade.

Estima-se que exista em Dharavi mais de 10 mil “fabriquetas” de fundo de quintal dos mais variados tipos, principalmente reciclagem de plástico e alumínio, beneficiamento de couro e tecelagem de produtos da linha têxtil. Com aproximadamente 10m2, cada uma dessas fábricas comporta de cinco a seis trabalhadores que vivem e trabalham em regime de mais absoluta exploração, em condições impróprias e sujeitas a diversas formas de contaminação.




Bolsa Michael Kors produzida em Dharavi
Cada trabalhador residente em Dharavi recebe entre US$ 3 e US$ 4 por dia, sendo-lhe útil apenas para garantir sua sobrevivência em condições extremas. No campo, em um país predominantemente rural de realidade paupérrima, a situação chega a ser ainda pior. Em Dharavi, pelo contrário, a comida é obtida sem que seja preciso sair dali. E mesmo sofrendo forte abandono uma vez ao ano devido o período de fortes chuvas, entre Junho e Agosto, o PIB de Dharavi é estimado entre US$ 500 e US$ 650 milhões anuais.

Numa rápida passada de olhos, observam-se pelas ruas de Mumbai milhões de pessoas perambulando sem rumo por suas veias urbanas. Condenados, muito vivem o resto de suas vidas além dos limites da pobreza. Com tantos, em escala monumental, do bilhão, os salários são mantidos excessivamente baixos, e o circuito torna-se facilmente financiado, sem qualquer interesse a uma efetiva intervenção. A vertente lógica da situação, por sua vez, senão óbvia, revela apenas mais uma evidência explícita do grau da miséria nos valores da atual condição de existência humana, espelhada em seu mais puro ato de egoísmo social.




16 de mar. de 2015

Aumento de ciclistas nas cidades é boa oportunidade de negócios?


Soluções para a mobilidade urbana deixaram de ser tendências e já são realidade em muitas partes do país, especialmente em grandes e médias cidades, como nos casos de Sorocaba, no interior paulista, ou Praia Grande, no litoral do estado. Somente na cidade de São Paulo, espera-se que a malha cicloviária alcance 400Km até o final deste ano.

Por se tratar de um cenário novo, ainda há muita resistência por parte de empresários diante da mudança. Contudo, invés de ser encarada como um obstáculo, a mobilidade urbana torna-se uma grande oportunidade para atrair um novo público consumidor, podendo gerar importantes diferenciais competitivos para empresas, seja na oferta de novos produtos e soluções, como na melhoria dos processos empresariais.

No que diz respeito aos produtos, este mês o Sebrae-SP lançou o folheto “CiclOportunidades: pedale e lucre mais com a mobilidade urbana”, disponível para download, no qual o empresário pode obter 30 sugestões de novas ideias de negócios associadas ás tendências da mobilidade urbana, que vão de moda bike fashion e produção de peças e assessórios a serviços de bike courier e rotas cicloturísticas.   


Para quem simplesmente deseja adequar seu estabelecimento à demanda crescente do público ciclista, tornando-o um local bike friendly, ou “amigo do ciclista”, a adoção de práticas de ambientação comercial, como a utilização de paraciclos, parklets, e a realização de promoções específicas para quem vai de bike podem torná-lo acolhedor e atraente para este novo tipo de consumidor.