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11 de set. de 2012

Resenha de "DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL INGLESA AO IMPERIALISMO" - Cap 1 a 5

HOBSBAWM, E. Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. Forense, RJ, 1978, Cap 1 a 5


Os primeiros capítulos da referida obra de Hobsbawm são dedicados a analisar o período inicial da Revolução Industrial na Grã-Bretanha, notadamente no que se refere à investigação sobre as bases e os desdobramentos ocorridos nas áreas rurais da Inglaterra durante a segunda metade do século XVIII. Mais importante que qualificar o entendimento sobre o termo Revolução Industrial – cuja fase de rápida evolução técnica também já teria sido notada em outras economias que não a inglesa antes mesmo desse período – o autor busca esclarecer, então, através da análise sobre seus antecedentes históricos, o porquê da Inglaterra ter sido a primeira nação a "sediá-la" e justamente em fins do século XVIII.

Rica, poderosa e com notável marinha mercante, a Inglaterra contava no século XVIII com uma trajetória de duzentos anos de contínuo desenvolvimento econômico. Internamente, tal condição precedia da consolidação de uma sólida oligarquia liberal de base burguesa, de um lado e, de uma massa de camponeses proletários, de outro, que servia de mão de obra às atividades manufatureiras de pequenos proprietários rurais. Externamente, sua soberania foi fruto, fundamentalmente, da hegemonia comercial exercida sobre a "economia européia", pela conquista das suas colônias fornecedoras de matérias-primas na América, além da dominação de pontos comerciais no Oriente, que garantia "expandir novos mercados, senão criá-los" (p. 39).

Diferente do que posteriormente ocorrera na maior parte dos outros países no mundo, o processo de industrialização inglesa caracterizou-se pela produção em pequena escala de artefatos têxteis, além de outros bens de consumo não duráveis, como alimentos e bebidas, produzidos por glebas familiares de pequenas, porém hábeis manufaturas, que expandiam seus investimentos por adições sucessivas baseada no aumento em vendas. Ao passo que as vendas e o lucro aumentavam, novos dispositivos mecânicos eram incorporados e, embora simples aos padrões da época, eles permitiam que cada vez menos tecelões fossem necessários para operar os teares mecânicos, muito mais produtivos que suas antigas rocas de fiar. Menos relativa às invenções tecnológicas em si, a Revolução Industrial se tornou tão notável ao constituir-se no primeiro movimento capaz de transformar por completo as relações de produção dos homens na sociedade.

Um comentário:

  1. Um resumo muito interessante que ajuda a entender de forma mais sintética um período marcado por uma série de outros eventos paralelos correlatos, que não são tão importantes mais não podem "no conjunto de influências preliminares" ser desconsiderados

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