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23 de ago. de 2012

Resenha de "A EVOLUÇÃO DO CAPITALISMO" - Cap. II

DOBB, M. A Evolução do Capitalismo. Zahar, RJ, 1971, 2ª. edição, Cap II



No capítulo II da obra de Dobb, denominado "O Declínio do Feudalismo e o Crescimento das Cidades", o autor apresenta, as linhas gerais, a trajetória do modelo de produção Feudal em diferentes nações da Europa, Ocidental e Oriental, ao longo do período superior da chamada Idade Média, aproximadamente entre os séculos X e XV, mas que em algumas regiões estendeu-se até o século XVII, como no caso da Rússia.

Existem algumas definições sobre o Feudalismo. A primeira delas surgiu com base na compreensão jurídica da contratualidade da propriedade da terra. Paralelamente, o entendimento econômico do termo adquire olhar nas relações de produção entre o produtor direto (servo, ou vassalo) e o seu superior imediato (senhor), notadamente distinta das relações dos modos Escravista e Capitalista, em que pese à falta de liberdade de ir e vir, a propriedade dos meios de produção, bem como baixo nível técnico para suprir não mais que as necessidades imediatas.

É igualmente durante esse mesmo período que o autor faz referência à intensificação do uso do dinheiro para intermediar a troca de mercadorias e o consumo dos serviços no interior dos próprios feudos, bem como para o pagamento de produtores assalariados dentro das terras arrendadas. A consolidação da economia monetária, por sua vez, não apenas estimulou o aumento das correntes de comércio nas imediações dos feudos, onde surgiam burgos e cidades, como foi considerado um dos componentes para o declínio do modo de produção feudal.

Não há como atribuir apenas ao mercado monetário, contudo, a crise nesse sistema de produção. Tão, ou mais decisivo foram as relações internas presentes nessa estrutura produtiva, notadamente a exploração da mão de obra do camponês para satisfazer a necessidade de renda adicional por parte da classe dominante, bem como o despotismo esclarecido de senhores feudais, o que levou à migração em massa dos camponeses aos burgos, que surgiam como centros comerciais e livres da região.

O autor chama a atenção ao fato de que estas cidades, com origens distintas e imprecisas, porém meio servas e meio parasitas, no corpo da sociedade feudal, não puderam ser consideradas um microcosmo do capitalismo, uma vez que as relações ali estabelecidas subordinavam-se à autoridade feudal, perdurando por séculos ao longo da história.

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