Abas/ guias

24 de mar. de 2012

Pilares do desempenho competitivo

Competitividade é um termo cujo uso tem sido crescente no Brasil e vem acompanhado pelo bom desempenho macroeconômico demonstrado pelo país nos últimos anos. Basta recordar da rápida superação do nosso país em relação aos vizinhos latino-americanos e dos europeus para sair da crise do crédito sub prime que teve início nos Estados Unidos em 2008, perdurando até 2010, sem falar do maior controle das contas públicas nos últimos 18 anos e das demais ferramentas de política econômica vigentes.

O que mais chama a atenção é o desafio para o qual o país foi lançado, o de melhorar a competitividade dos produtos nacionais para enfrentar os seus similares internacionais. Mais do que isso, a própria competitividade interna, ou intra regional, tem sido crescente, e as praças regionais, nesse caso, nada podem fazer para proteger suas mercadorias senão adotar outras possibilidades que independam de estruturas e ferramentas macroeconômicas.

Isso leva a crer que descontando as ferramentas de política econômica tradicionais - monetárias, fiscais e cambial -, o desempenho competitivo fica restrito à ótica da microeconomia neo-clássica, que compreende competitividade através das formas que levam à maximização e obtenção de lucros crescentes ao longo do tempo, e as quais aqui denomino pilares do desempenho competitivo.



Bolo trufado de chocolate da Ofner
Os três pilares competitivos na microeconomia neo-clássica

Sem tomar em consideração nessa formulação plana de base econômica tradicional outras variáveis importantes e advindas de diferentes áreas do conhecimento, como aspectos sensoriais, espaciais, psicológicos e culturais, por exemplo, os pilares da competitividade ficariam condicionados à: (1) estratégia, (2) técnica e (3) gestão.

Em mercados altamente competitivos, a diferenciação de um produto, ou de uma solução, advém da identificação e posterior adoção de opções estratégicas viáveis ao negócio. Em outras palavras, trata-se de verificar as exigências requeridas pelos clientes mais rigorosos, que costumam ditar as tendências de consumo futura e, em seguida, identificar como empresas que já desenvolvem alguma solução dentro da estratégia estão se saindo nos mercados em que atuam. Uma espécie de benchmarking para comprovação da eficiência da entratégia em si.

Identificada a estratégia, o próximo pilar para sustentar a competitividade de uma empresa é o da capacidade técnica. Isso quer dizer que de nada vale adotar uma boa estratégia de negócio se o empreendimento não estiver em condições, ou não dotar da competência técnica para desenvolvê-la. Se vender um bolo de trufas de chocolate especial é uma estratégia, a empresa terá que contar com um bom confeiteiro para produzi-lo, ou então terá que contratar esse serviço de um terceiro, sem que para isso, possa deixar de contar com o fator técnico necessário a implementá-la.

Construídos os pilares técnico e estratégico, a competitividade do empreendimento só estará completa se a empresa incorporar processos de gestão aos seus negócios, sendo necessário para isso incorporar em sua estrutura ferramentas de gestão financeira, de marketing e comunicação, jurídico e de pessoas. Caso a empresa não tenha bem controlado seus custos, seu relacionamento com clientes e sua relação com funcionários e fornecedores, por exemplo, será inútil ter um bom confeiteiro que saiba fazer um bolo gostoso de trufas de chocolate, pois o preço final do bolo será tão alto que dificilmente um cliente poderá comprá-lo.

Observando os acontecimentos e histórias de empresários com que tenho a oportunidade de conversar no dia a dia, penso nas suas empresas e empreendimento retratando a veracidade da formulação teórica baseada nesses pilares. Não basta, contudo, ficar atento apenas ao nível da empresa para dentro, mas é igualmente necessário pensar nela por fora, à partir do fortalecimento do ambiente de negócios e do relacionamento junto a sociedade. O desafio da competitividade é grande não só para o país, mas sobretudo para os empresários em seu conjunto e na sua individualidade.

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