Abas/ guias

18 de out. de 2010

“Geolocalizando” as partes interessadas

Apesar do potencial dos pequenos negócios para geração de emprego e renda para a sociedade e, em acréscimo, da sua importe contribuição para o processo de desenvolvimento social de uma Economia, sobretudo no que diz respeito às liberdades de escolhas de uma população e seu respeito à biodiversidade, inda é raso o esforço das iniciativas públicas e privadas no sentido de estimular a execução de projetos setoriais integrados que estimulem este aperfeiçoamento. No Brasil, segundo o que conta a história, este cenário é ainda mais prejudicado por conta do ambiente institucional hegemônico no país, em grande parte atrelado aos curtos prazos políticos dos seus governantes e do individualismo crescente de caráter social.

Cerca de 98% das empresas do país faturam até R$ 2,4 milhões ao ano, que por sua vez compões o universo das micro empresas (MEs) e empresas de pequeno porte (EPP), também responsáveis por mais de 60% do estoque de empregos existentes no Brasil, segundo dados gerados pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) elaboradas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Além do próprio aquecimento do mercado interno decorrente dos avanços estruturais de ordem macroeconômica nos últimos dezesseis anos no Brasil, o cenário geopolítico mundial nunca esteve tão favorável ao país, que receberá nos próximos anos alguns eventos esportivos de grande visibilidade mundial, como a Copa do Mundo FIFA 2014 e as Olimpíadas de 2016 podendo estimular ainda mais, por sua vez, as oportunidades de negócio para as MEs e EPP em diversos setores na economia.

Mas mesmo este cenário não parece ter sido suficiente para que fosse dado destaque a necessidade de planejamento de políticas público-privadas com foco em projetos de arranjos setoriais, quanto mais a sua execução e operacionalização, com empenho, determinação e comprometimento dos atores envolvidos. Não há duvidas de que o país considerado um dos mais empreendedores do mundo tem falhas no que toca a seu corpo institucional, carecendo de programas integrados pensando, sobretudo, nos benefícios a médio e longo prazos. E tecnologias de comunicação de ponta, muitas até mesmo gratuitas, não faltam para contribuir com esta lacuna no processo de desenvolvimento econômico. O twitter, por exemplo, que é uma rede social de microblogs permite, entre outros, que pessoas interessadas em um mesmo assunto possam compartilhar informações de forma rápida e segura possibilitando a articulação dos agentes e a tomada de decisões conjuntas.

Um arranjo de empreendimentos que faça uso dessa ferramenta pode, por sua vez, divulgar notícias de interesse comum, trabalhar o associativismo para processos, bem como facilitar o fortalecimento das ações de cooperação. Penso em um grupo de empresas em um dado território que supostamente precisasse definir em poucos instantes quem dos integrantes do grupo poderia representá-las comercialmente em uma feira, um evento, ou até mesmo para verificar a disponibilidade para ministrar uma palestra de boas práticas gerenciais. Por meio do twitter, aqueles empreendedores mais ociosos no período, ou uma missão de empresários poderiam ser facilmente definidos garantindo uma eficiente tomada de decisão do grupo.

Outra interessante ferramenta é aquela que provêm serviços de geolocalização, como os aplicativos para celular Foursquare, Gowalla, Loopt, entre outros, que permitem com que clientes que façam uso destas plataformas para “smart phones” (celulares inteligentes) recebam ofertas especiais daqueles estabelecimentos cadastrados em seus celulares, quando de um raio de alguns quarteirões da empresa cadastrada. Conforme noticiado pela Folha de São Paulo em 17/10/10 na matéria intitulada “Geolocalizador ajuda a atrair clientes”, “os serviços de geolocalização se tornaram uma ferramenta de marketing cada vez mais importante para as pequenas empresas, especialmente aquelas que dependem do tráfego de consumidores”, como restaurantes, salões de beleza, loja de roupas, entre tantas outras.

Muitas são as tecnologias e oportunidades a disposição da sociedade para auxiliar na condução de projetos de desenvolvimento setorial, nos moldes de arranjos setoriais locais. Cabe às partes interessadas nos projetos o seu comprometimento individual com o coletivo sabendo que cada qual representa um importante elo de uma cadeia que depende da responsabilidade do grupo. Se as oportunidades forem bem exploradas e os projetos minimamente planejados, a sociedade certamente se beneficiará, a médio e longo prazos, dos legados criados desde o curto prazo.

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