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7 de jun. de 2010

Transição baseada no Desenvolvimento Sustentável


Virus Verde - Jonnyjto 

A transição para um novo padrão de vida baseado no desenvolvimento sustentável inclui, em primeiro lugar, a atenuação do processo de mudanças climáticas decorrente da grande emissão de gases causadores do efeito estufa. Esse fenômeno é decorrente da ação humana nos ecossistemas por meio do uso indevido de energias fósseis, dos processos produtivos industriais inadequados, do uso de transportes motorizados, do padrão de consumo da sociedade moderna, além do desmatamento das florestas e da produção agropecuária.


Para a construção de um novo modelo, isto é, uma combinação viável entre economia e ecologia, é preciso retornar à Economia Política, que diferentemente da Economia Tradicional, permite um planejamento simultâneo para as questões ambiental e social. Ao passo que cabe às ciências naturais descrever o que é preciso para um mundo sustentável, compete às ciências sociais a articulação das estratégias de transição rumo a esse caminho. O destino da biosfera exige, portanto, uma agenda que conclame pessoas de muitas instituições e de uma ampla variedade de disciplinas a pensar juntas sobre cenários evolutivos que conduzam da situação presente para um mundo sustentável no século 21. Para isso, o custo do uso da biodiversidade à análise econômica deve ser incorporado na perspectiva da complexidade dos serviços ecossistêmicos e não mais contabilizados com a finalidade de mudar a dinâmica de decisão dos agentes econômicos que se guiam pela monetização da economia tradicional.

Com a contribuição da ciência contemporânea, podemos pensar uma nova forma de civilização, fundamentada no uso sustentável dos recursos renováveis. Os avanços técnicos devem buscar tecnologias adaptativas subordinadas a valores éticos e objetivos sociais. A utilização das ciências de ponta - principalmente biologia e biotécnicas para explorar o aumento da produtividade e da faixa de produtos derivados da biomassa - pode auxiliar os países em desenvolvimento na invenção de seus padrões endógenos de desenvolvimento mais justos e, ao mesmo tempo, com maior respeito pela natureza.

Só há desenvolvimento quando os benefícios do crescimento servirem à ampliação das capacidades humanas, entendidas como um conjunto de coisas que as pessoas podem ser, ou fazer, na vida, como ser instruído e ter acesso aos recursos necessários a um nível de vida digno. Já a sustentabilidade deve decorrer de uma "condição estacionária" de crescimento do produto, na qual a economia continuaria a melhorar em termos qualitativos, substituindo, por exemplo, energia fóssil por energia limpa.


O desenvolvimento sustentável é, portanto, um sistema que vai além da dicotomia entre capitalismo e socialismo. Ele incorpora democratização à economia - por meio da chamada economia solidária, da criação de empregos verdes, do acesso às tecnologias de informação e comunicação, dos hábitos de consumo conscientes e da articulação de sistemas tributários verdes – para permitir que cada indivíduo revele suas capacidades, seus talentos e sua imaginação na busca da auto-realização e da felicidade, mediante esforços coletivos e individuais.

Para que o desenvolvimento sustentável possa ser medido, não basta apenas tentar “esverdear” o cálculo de desempenho medido pelo PIB (Produto Interno Bruto) e demais indicadores disponíveis, mesmo porque dificilmente algum índice poderá sintetizar sua realidade complexa. O emprego mais razoável do poder de atração dos índices de desenvolvimento é aquele que estimula os usuários a examinar as discrepâncias do processo para lhes permitir analisar as diversas dimensões do desenvolvimento em paralelo e em separado.

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