TEIXEIRA, A. O movimento da Industrialização nas Economias Capitalistas
Centrais no Pós-Guerra. RJ, IEI/UFRJ, Texto para discussão, no. 25, 1983.
Cap II
O destino da ordem
econômica capitalista internacional transformou-se com o fim da segunda Guerra
Mundial (1939-1945) e a relação das suas forças hegemônica nacionais no plano
mundial foi substancialmente modificada. Nesse texto de Aloísio Teixeira, o
autor apresenta as alterações sofridas nas estruturas produtivas industriais e na
corrente de comércio internacional, ao demonstrar os principais progressos tecnológicos
em curso nas economias capitalistas centrais; a evolução do cenário macroeconômico
mundial, com correspondência ao comportamento das variáveis endógenas que levaram
à evolução da renda nacional de cada uma dessas economias e; as etapas em que
todas essas mudanças ocorreram: entre o imediato pós-guerra e o ano 1949 (recuperação),
de 1950 a
1969 (aceleração) e daí à crise do petróleo, em 1973 (desaceleração).
Dos acontecimentos
desse período, o autor destaca o processo de disseminação e padronização da base
tecnológica norte-americana às economias selecionadas, sobretudo nas mercadorias
dos setores com maior dinamismo econômico, principalmente indústrias metal mecânica
(automóveis, tratores, máquinas, equipamentos), e a química, notadamente o petróleo
que, em substituição ao carvão, incorporou cada vez mais participação na matriz
energética desses países. Entre eles se saíram consagrados Alemanha e Japão, em
maior grau, devido ao grande aumento dos investimentos e das exportações realizadas,
além de, em menor grau, Itália, França e países do norte europeu.
O processo teve início com Plano Marshall (1947), quando
os padrões de consumo do wellfare state difundiram-se mundialmente. Foi
após as desvalorizações das moedas dos países capitalistas centrais em 1949, no
entanto, que a demanda agregada mundial ganhou força para estimular o aumento
do investimento e da produtividade na indústria de transformação. Assim foi que
o efeito multiplicador do setor de bens de capital espalhou-se aos outros setores
dessas economias e impulsionou o "círculo virtuoso cumulativo", descrito
por Kaldor e Fajnzylber, nos vinte anos subseqüentes. A economia mundial desacelerou-se
a partir de 1969, quatro anos antes do choque do petróleo que intensificou as
tendências geradas anteriormente, e ficou marcada, entre outros, pelo aumento
do endividamento das famílias, empresas e governos nacionais, além do processo
de pressão inflacionária internacional.
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