BLEANEY, M. The Rise ans Fall of Keynesian
Economics: An investigation of its contribution to capitalist development. London: Macmillan, 1985. p. 40-80
Mais difícil que o experimentar
uma crise financeira como a de 1929 deve ter sido sentir seus efeitos logo em
seguida ao estopim, durante a década de 1930, quando a queda dos preços das
mercadorias em todo o mundo assolou economias centrais e delas exigiu medidas
de ajustes para retomada do crescimento. No segundo capítulo da obra de Bleaney,
Escaping from the Great Depresseion, o autor demonstra que antes mesmo
de Keynes ter finalizado sua obra revolucionária, a "Teoria Geral do
Emprego, do Juro e da Moeda", em 1933, países como EUA, Suécia, França e
Alemenha, cada qual a seu modo, já haviam adotado um conjunto de medidas não
ortodoxas para combater os efeitos da crise, incluindo políticas de caráter
fiscal. É explicado, também, para esse conjunto de países, como tais políticas
foram conduzidas ao longo da década, seus desdobramentos para a economia do país
e, também para o mundo capitalista.
Nos EUA, as políticas fiscais expansionistas promovidas
pelo presidente Hoover no início da década, como gastos em obras públicas e
melhoria das condições previdenciárias aos veteranos da primeira Guerra
Mundial, foram seguidas pelas medidas do New Deal orientadas sob o
governo Roosevelt. A adoção de medidas cambial (desvalorização do câmbio),
monetária (redução da taxa de juros, manutenção de preços e salários), e fiscal
(investimentos públicos e programas de seguro social) não evitaram a nova crise
de 1937-38, provavelmente efeito da má aplicação da teoria do pump priming,
na qual o Estado só pode abrandar sua política fiscal expansionista ao passo
que o setor privado já esteja novamente saudável para retomar sua taxa de
investimentos. Inversamente, o autor classifica a Suécia como o caso de maior
êxito na adoção das políticas keynesiasnas. A aplicação do pump priming
nesse país possibilitou que, em 1935, sua taxa de investimentos já
ultrapassasse os níveis pré-crise contribuindo, assim, com sua a rápida
reconstrução. Na França o destaque foram às leis redistributivas adotadas por
Léon Blum (pagamento de férias remuneradas e diminuição da carga de trabalho de
48 para 40 horas), que não apenas serviram para estimular a demanda agregada,
como para descontinuar a soberania do capital financeiro e industrial no país.
Na Alemanha, além da política fiscal (gastos públicos na área de habitação) e
monetária (controle de preços e salários) para evitar a inflação, os gastos
militares e o memorando da guerra nazista foram os predominantes para a
reconstrução do país.
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