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19 de mar. de 2012

Sou motorista e respeito o ciclista: a campanha está no ar!!!

No último sábado, dia 10 de março, escrevi neste mesmo blog um post intitulado "O fenômeno crowdfunding" com o objetivo de explorar o alcance dessa nova, ou não tão nova assim, modalidade de financiamento colaborativo e que conta com a estrutura tecnológica das redes sociais na web não apenas para expandir-se, mas principalmente para colaborar com interesses dos milhares de empreendedores nos mais diferentes territórios do mundo.

Associei a esta ideia, além disso, uma segunda, que se resumiu a utilizar uma dessas ferramentas de crowdfunding para levantar fundos e implementar um projeto de educação no trânsito, que surgiu com base em uma conversa com minha amiga economista Carolina Tomo após nossa comoção com as tragédias fatais envolvendo ciclistas nas metrópoles brasileiras nos últimos meses.


Surgimento do crowdfunding

A plataforma surgiu nos Estados Unidos em meados dos anos 2000, por meio do lançamento do site ArtistShare, e servia inicialmente às necessidades de financiamento dos mercados fonográfico e cinematográfico, antes mesmo de tornar-se tão conhecida e à serviço de empreendedores sociais e comerciais, a exemplo das startups, e dos próprios grupos de coletivos urbanos que utilizam-na para arrecadar fundos e assim adquirir os recursos necessários para executar os seus projetos.

Somente a partir de 2005, segundo descreve o crowdsite wikipedia, é que a modalidade se popularizou através do termo "micropatronage", lançado pelo web designer Jason Kottke. Ao associar seu uso ao radical patronage – (apoio, patrocínio, doações), que era oferecido por reis e papas, em sociedades monárquicas, a músicos, artistas e escultores para que desenvolvessem suas produções artísticas – Kottke constatou que o fenômeno do financiamento colaborativo, essencialmente composto por diversas fontes de recursos que somente juntas são capazes de formar o todo, é sobremaneira constituído por micro unidades de capital justificando, portanto, o uso do termo.

O conceito só consolidou-se mesmo, contudo, no ano seguinte, já com a expressão que conhecemos nos dias de hoje, crowdfunding, quando o empresário americano Michael Sullivan exprimiu: "Many things are important factors, but funding from the 'crowd' is the base of which all else depends on and is built on. So, crowd funding is an accurate term to help me explain this core element of fundavlog". A partir daí surgiram os mais conhecidos sites americanos do gênero, como Sellaband (2006), SliceThePie (2007), IndieGoGo (2008), Spot.Us (2008), Pledge Music (2009) e Kickstarter (2009).




Brasil completa aniversário de 01 ano da modalidade

No Brasil a modalidade tomou corpo somente no início de 2011, com o lançamento do site brasileiro Catarse, que tinha apenas cinco projetos no ar, à época, como noticiou a Revista Exame em janeiro daquele ano. De acordo com a recente publicação do caderno Link, do Estadão, de janeiro de 2012, após o primeiro aniversário de vida o site já hospedava 278 projetos, 146 dos quais considerados bem sucedidos, como mostra o infográfico ao lado revelado pela própria empresa e publicado no caderno. A partir daí, outras iniciativas como Vakinha, Incentivador, e Movere também surgiram para disseminar o serviço em grande escala no país.


Um, dois, três, AÇÃO!

Surpreendidos com a ferramenta e ao mesmo tempo bastante sensibilizados com a intolerância no trânsito de São Paulo, Carolina e eu decidimos agir. E foi com base na frase genial lançada por ela, "sou motorista e respeito o ciclista", que pensamos, então, confeccionar um lote de milhares de adesivos – 10 mil foi nossa tacada – e distribuir aos condutores de automóveis na cidade de São Paulo durante a próxima Bicicletada (movimento de resistência e conscientização social que incentiva o uso da bicicleta como meio de transporte), dia 27 de abril, em São Paulo.

Tomado o desafio desde a semana passada, logo nos cadastramos em um desses sites – no caso o Vakinha, que nos pareceu de fácil manuseio – e, em seguida, fomos atrás de alguns orçamentos para identificar a quantia necessária a ser solicitada para a execução do projeto. Enquanto os orçamentos não chegavam, aproveitamos o tempo livre entre atividades profissionais e acadêmicas para procurar desenhos e imagens complementares para compor a arte final dos adesivos estilizados.

Com dois orçamentos já em mãos, depois de várias trocas de e-mail com os fornecedores para ajustes e barganhas, conseguimos definir, por fim, o custo total do projeto em R$ 5.500,00. Como também já possuíamos algumas opções de imagens, só faltava mesmo definir a estratégia da campanha promocional, além dos ajustes finais no site e partir para o lançamento. E assim foi. Pensamos em qual quantia cada uma das pessoas estaria disposta a contribuir e R$ 20 nos pareceu bastante razoável, de modo que 275 pessoas precisariam cooperar para o acúmulo do montante total, um número relativamente baixo e igualmente bom para distribuirmos 4 adesivos em primeira mão para cada uma, restando-nos, ainda, 8.900 para distribuir no evento da Bicicletada. Pronto!


Participem!!!

Agora é hora de participarem e por isso os convido a finalmente visitar a campanha "Sou motorista e respeito o ciclista" (acesse aqui), prontinha e já lançada no ar. Não esqueçam: o poder da pessoa física nas políticas de patrocínio e aporte financeiro a projetos podem mobilizar a sociedade. Seja um elemento de mudança também e mostre o seu respeito no trânsito da cidade. A campanha se encerra dia 09 de abril, por isso, não perca tempo, participe e divulgue para a sua rede. Sua ajuda é muito valiosa para nós! Vou mantê-los informados sobre os resultados.

Grande abraço e obrigado a todos.

10 de mar. de 2012

O fenômeno crowdfunding

Hoje eu ia mesmo aproveitar parte da tarde chuvosa para tratar do tema "trabalho autônomo", que tem ganhado muito da minha atenção, mas fui mesmo paralisado pelo tema "crowdfunding", que está simplesmente revolucionando o sistema financeiro mundial ao romper com barreiras institucionais, como a das exigências dos Bancos Centrais Nacionais, e que também não está, de forma alguma, desassociado do primeiro tema, sobretudo ao pensar em idéias inovadoras com estímulo à produção de base tecnológica, como as comumente apresentadas pelas startups.

Adeus às dificuldades burocráticas ao se pensar em levantar capital e recursos para colocar um projeto em prática. O "crowdfunding", ferramenta de colaboração financeira derivada do conceito "crowd", assim como o "crowdsource", para colaboração de ideias entre a rede de usuários mundial de internet para a criação de dada tecnologia sem que essa precise estar submetida aos expert residentes nas grandes empresas (a exemplo da plataforma Linux), facilita o aporte da capital para qualquer projeto, seja ele para fins lucrativos, educativos, políticos, culturais, científicos, etc.

Empresários com dificuldade de aquisição de crédito em bancos comerciais, sejam eles por ser informais, ou até mesmo por não possuírem data quantia de capital social como garantia, e ainda aqueles com ideias geniais, mas que tem dificuldade de sair do papel dada a necessidade de certa quantia mínima de dinheiro, como os "startupeiros", podem agora fazer uso destas ferramentas de financiamento colaborativo para materializar o seu negócio. Muitas delas, como os sites Vakinha, Incentivador, Catarse e Movere, ajudam a pessoa a financiar uma simples ideia a sair logo do papel.


Estratégia de execução

A sistemática para operar estas ferramentas é bastante simples. Basta o candidato se cadastrar em um destes sites – alguns dos quais exigem que ele seja uma pessoa jurídica –, informar quanto custará sua ideia, em quantos dias estima receber a quantia e como pretende recompensar quem o ajuda. Pronto! Basta aguardar pela avaliação positiva da equipe dos sites e, então, encaminhar o link para os amigos na tentativa de causar um "viral" para viabilizar a ideia.

O viral é uma espécie de mobilização natural das pessoas utilizando as redes sociais em prol de uma ação, podendo-se destacar, assim, como uma das principais vantagens do crowdfunding. Em muitos desses sites quem contribui acaba se tornando um associado que tem direito a certas regalias, exclusivas, ou não, como brindes, ter acesso antes ao produto criado e outras premiações, conforme a imaginação do candidato.

Se a quantia não for arrecadada até o tempo estipulado, assim como nos sites de compras coletivas, quando o número mínimo de cotas promocionais de um dado produto não é atingido, a ideia vai por água abaixo e o dinheiro é devolvido a quem já havia feito o depósito. Por isso vale lembrar a importância de montar uma estratégia eficiente e não muito exagerada, porém que seja arrojada, para que a ideia não corra o risco de ser inviabilizada. O ganho destes sites é decorrente de um custo fixo por dósito acrescido de um percentual do montante arrecadado, variando caso a caso.


Uma boa ideia

Inspirado nas ações promovidas pelos (1) coletivos urbanos (conceito utilizado para designar processos de grupos artísticos urbanos que tem o objetivo sensibilizar e gerar impactos sensoriais nos habitantes de uma metrópole), (2) nas ações provocadas pela Bicicletada (movimento de resistência em que os cicloativistas inspirados na Massa Crítica francesa manifestam-se em prol da maior generosidade no trânsito e que defende melhores condições de mobilidade nas vias urbanas e o seu compartilhamento com as bicicletas) e, (3) na pouca ou quase nenhuma ação estimulada pela prefeitura para melhorar a educação e a relação dos condutores no trânsito, já que esse assunto parece ter pouca prioridade na agenda política, pensei junto com a amiga economista Carolina Tomo em uma ideia.

Antes de falar sobre a ideia em si, porém, vale dizer que mesmo sendo muito amigos, Carolina e eu pensamos de forma distinta quanto ao meio que preferimos utilizar e que adotamos, de fato, para nos locomover pelas vias de São Paulo. Enquanto promovo a cultura da bicicleta, percorrendo 25Km diariamente, Carolina segue preferindo circular quilômetros munida do seu automóvel, por sentir-se mais segura e confortável, além de achar que ganha agilidade, mesmo sabendo contribuir com o aumento da poluição, do efeito estufa e do tráfego na cidade, entre outros prejuízos. Nem por isso somos inimigos, pelo contrário, saibam vocês que foi essa diferença que inspirou tal ideia.

Share the road, de Mike Joos

Sem mais de suspense, ela foi sensibilizada com os desdobramentos do recente acidente que acometeu a vida da ciclista e bióloga Juliana Dias, no dia 02 de março, e não sabendo como apoiar a Bicicletada, da qual costumo fazer parte sempre que me resta um tempo, Carolina me perguntou se teríamos como desenvolver um adesivo para que pudesse colar no seu carro informando a seguinte frase: "Sou motorista e respeito o cilista", ao lado de alguma arte (como a de cima) que ainda estamos buscando. Achei o máximo!


Próximos passos

Disse a Carol que uma ação como essa poderia não só gerar alívio a ela, mas também para milhares de outros motoristas que respeitam e dividem as vias públicas com ciclistas. Poderíamos gerar um impacto muito grande, maior mesmo do que as ações da prefeitura, que se mantêm omissa aos fatos, ou outro qualquer. Assim decidimos correr aos preparativos.

Por hora busquei várias informações sobre crowdfunding, como podem ver, e acabei de criar uma conta no Vakinha, aguardando para obter as demais informações para cadastrar a ideia. Já solicitei orçamentos para elaboração de uma primeira leva de 10.000 adesivos, que tanto poderiam ser distribuídos durante as ações de pacificação da bicicletada, ou entregue aos ciclistas para que distribuam aos carros, quando pararem nos semáforos, durante os seus próprios trajetos diários.

Ainda preciso buscar por uma arte para colocar no adesivo, tarefa que solicitarei a alguns conhecidos para que me ajudem, e também definir como nossos patrocinadores serão recompensados (ganhando 5 adesivos em primeira mão, cada um, por exemplo). Espero que na próxima semana eu já tenha o link de acesso para crédito para disponibilizar no ar. Sigo nos preparativos e esperançoso para sentir se esse crowdfunding dará mesmo certo, hoje para um objetivo cultural e educacional, é verdade, mas amanhã para algum outro negócio qualquer, preferivelmente para obter lucro em uma nova empreitada, por que não?

Abs

4 de mar. de 2012

Em busca de um fio para cortar

Que a tecnologia caminha junto à evolução humana, isso não há muito como negar. Basta pensar na transição do período Pré-Histórico – entre a era Paleolítica, a chamada Idade da Pedra Lascada, de 2,5 milhões a.C. a cerca de 10.000 a.C, e a Neolítica, Idade da Pedra Polida, de 10.000 a.C. a 3.000 a.C. – para perceber que nesse período o domínio do fogo e de técnicas de metalurgia permitiram ao homem criar objetos de metais, tais como lanças, ferramentas e machados, levando-o a caçar melhor e produzir coisas com mais qualidade e rapidez. 

Mas a tecnologia leva também ao progresso da sociedade? Para pensar em progresso associado à tecnologia é preciso tomar mais cuidado para se afirmar que sim, ou que não, é algo diferente, dado que o progresso está atrelado ao conceito de desenvolvimento, e este por sua vez está ligado a fatores como qualidade de vida, bem-estar social e não apenas ao crescimento, ao ganho de velocidade e à minimização dos esforços e recursos aplicados em uma dada tarefa. 
 
Autoria desconhecida
Levando em conta que o conceito de tecnologia está diretamente atrelada à aplicação de conhecimentos e métodos científicos à produção em geral, desde uma simples colher de madeira, até uma moderna estação espacial, aparentemente a tecnologia não deveria estar de modo algum desassociada da condição de progresso humano, uma vez que contribui de forma clara com o aperfeiçoamento dos métodos e técnicas utilizados na sociedade, permitindo ganho de agilidade, redução de custos e maximização da produtividade.

Ao longo do século XVIII, justamente no período decorrente da Revolução Industrial Inglesa (1776), a sociedade da época se percebeu ante um novo paradigma marcado pela invasão tecnológica. Decorrente de inovações do período, tais como a máquina a vapor e o tear mecânico, trabalhadores braçais se viram cercados por técnicas que aumentavam extraordinariamente a produtividade marginal do trabalho humano. Dessa maneira eles foram destituídos dos seus meios de produção, perderam seus postos de trabalho e passaram a enfrentar uma grande onda de contradição social e que se estende até os dias de hoje.

Ao indagar, porém, os avanços tecnológicos surgidos no século XXI após a popularização da internet, principalmente dos modernos aparelhos celulares (smartphones) que facilitam a interação em redes sociais e dos quais uma grande parte da sociedade vem se apoderando, na suas maiorias jovens das mais diversas camadas sociais, a pergunta sobre os seus reflexos para o progresso da sociedade deve ser refeita.

Não há dúvidas de que essa tecnologia tem facilitado a troca de informações entre as pessoas em um ambiente dinâmico como o dos grandes centros urbanos, onde elas têm tido cada vez mais dificuldade de se encontrar e locomover, permitindo que permaneçam em contato, nem que isso tenha que ocorrer através do ambiente virtual. Apesar do ganho de velocidade, da facilidade em se comunicar com amigos distantes, e até mesmo dos benefícios colhidos em algumas regiões do mundo, como no Haiti, onde o programa de transferência de dinheiro via celular tem ajudado na reconstrução do país (vide recente matéria do PNUD), outros aspectos, como o aumento da impessoalidade, a perda da qualidade das relações e deturpação dos valores humanos também precisam ser considerados.

Ao passo que uma pessoa lhe convida para participar do seu aniversário, ou outro evento qualquer, única e exclusivamente pelo facebook, o prazer de uma boa conversa cede espaço a impessoalidade virtual, e ao distanciamento humano, para o qual o convidado torna-se apenas mais um número, uma cabeça de gado qualquer entre vários outras, desprovida de sentimentos e emoções, servindo apenas para somar no seu rebanho.

A qualidade das relações humanas nas redes sociais, nesses casos, começa a ser suprimida. Os agentes envolvidos não trocam mais experiências satisfazendo-se pela troca de ideias superficiais e pouco exploratórias. O indivíduo deixa de se interessar pelo outro e passa a se concentrar no seu próprio eixo, adotando valores individualistas e já corrompidos que corroem ainda mais o interesse pelo coletivo, ou seja, pela sua própria rede social. Seu Iphone começa a ser sua principal fonte de preocupação.

Todo cuidado é pouco. É preciso indar para não se deixar levar. As tecnologias remotas propiciam facilidades das mais diversas possíveis, não há dúvidas. Não há como se esquecer, contudo, dos prejuízos que ela pode trazer para a qualidade nas relações humanas. A quantidade de informação e contra-informação tem deixado as pessoas cansadas, quando não adoecidas. Se a participação nas redes sociais tecnológicas traz tantos benefícios, tão importante também é desconectar, buscando sempre um fio a cortar, se é que isso de fato pode rolar!
Abs

3 de mai. de 2011

O marketing - Parte 6: mídias de massa e mídias dirigidas

A forma de entregar a mensagem ao mercado e ao público-alvo está relacionada aos meios de comunicação pelos quais o cliente pode receber informação. Esses meios podem ser classificados em 1) mídias de massa, destinadas a promover informações sobre a mensagem global da empresa e a mensagem geral das mercadorias e; 2) mídias dirigidas, que buscam direcionar ao público-alvo definido as mensagens específicas sobre os diferenciais competitivos dos produtos e serviços oferecidos.

Mídia de massa ou grande mídia é uma expressão usada para designar os veículos mais populares de um determinado sistema de comunicação social. Devido à grande circulação e audiência, o custo cobrado pelas emissoras para a veiculação promocional de produtos e serviços costuma ser alto nestes canais. Por conta do alto investimento e disseminação a públicos diversos que não o público-alvo da empresa, as mídias de massa não são recomendadas para ação de marketing das micro e pequenas empresas cabendo a elas se organizadas como agrupamentos organizados de empresas, como associações, cooperativas, ou clusters.

O foco das ações de marketing das micro e pequenas empresas são feitas por meio dos canais de comunicação dirigidos. Comunicação dirigida é o termo usado para designar os canais de contato entre a empresa e o público-alvo diretamente impactado pelo conteúdo das mensagens veiculadas. Para ser considerado dirigido, o canal deve permitir a mensuração e o grau de desempenho da campanha, ou seja, a sua performance. A maior importância da comunicação dirigida é estabelecer e manter relações junto a clientes e públicos-alvo sendo capaz de produzir os efeitos pretendidos pela empresa.

Com o advento da internet e mídias sociais na web, muitos são os canais de comunicação dirigida existentes para o contato da empresa com o público-alvo, sendo a maioria deles de baixo custo e alto benefício. Um relatório divulgado pela consultoria Social Media Examiner aponta que as pequenas empresas são as que têm obtido os melhores resultados com ações de marketing nas redes sociais. O estudo, que está em sua terceira edição anual, consultou 3.342 pessoas - 47% dos quais profissionais liberais ou donos de pequenos negócios.

De acordo com o responsável pela pesquisa, Michael Stelzner, em 2011, as redes sociais viraram uma ferramenta primordial para ações de marketing, enquanto que, em 2009, eram consideradas uma estratégia ainda pouco clara para as organizações. Para balizar sua informação, Stelzner relata que 99% das pessoas consultadas pela pesquisa concordam que as redes sociais são importantes para os negócios.

Entre os empresários de MPEs, pelo menos 59% conseguiram firmar novas parcerias graças às ações nas redes sociais. Além disso, entre estas empresas, o volume de pessoas que conseguiram descobrir potenciais clientes qualificados nesses novos ambientes é o dobro dos demais consultados pela pesquisa.

Quanto às redes mais utilizadas para ações de marketing - como divulgação de informações, campanhas e eventos -, o Facebook aparece como o principal ambiente, usado por 92% dos entrevistados. Em seguida vêm o Twitter e o LinkedIn, com 84% e 71% das respostas, respectivamente. Os blogs e o YouTube e outros canais de vídeo aparecem em quarto e quinto lugares, com 68% e 56% das respostas. Entre os pequenos negócios, um dos destaques é o LinkedIn, utilizado por 80% dos profissionais liberais e por 78% das pequenas empresas.

2 de nov. de 2010

A revolução digital não é nenhum modismo

O mundo virou virtual e por isso as ferramentas de comunicação online precisam ser exploradas ao máximo. Essas foram as principais idéias exploradas no curso de Acesso a Mercados promovido pela Associação Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (ABETA), promovido em outubro de 2010 em São José dos Campos (SP).

A internet vem se tornando o principal canal de produção e consumo de conteúdo na atualidade. A quantidade de informações geradas a cada instante na rede é praticamente incalculável. Existem milhares de mídias sociais de fácil manejo e disponíveis gratuitamente na rede, como MSN, skype, google talk, orkut, facebook – este que já contabiliza mais de 500 milhões de usuários no mundo –, youtube, flicker, além de outros recursos como google analytics e adwords. Somente os blogs atualizados diariamente já somam aproximadamente 2,6 milhões em todo o mundo neste momento sendo o Brasil o quarto país com mais blogueiros.

Os números impressionam e provam que as mídias sociais não são um mero modismo, mas sim um novo meio de fazer negócios customizados, trocar dados e informações e até mesmo de se relacionar com todo o mundo. A sociedade passa agora por uma transição tecnológica sem precedentes e o rápido e constante aperfeiçoamento dessas mídias traça uma nova trajetória levando àquele que parece ser o fenômeno da revolução digital.

Além da produção de conteúdo em si, a internet é a cada momento o canal de consumo mais utilizado por compradores no planeta, que fazem da rede o principal mercado existente para a negociação, em maior ou menor grau, de toda e qualquer mercadoria ou serviço existente. Essas mídias de comunicação oferecem, por sua vez, o melhor custo-benefício para a realização de estratégias de posicionamento de uma empresa no mercado. Além do fácil entendimento e domínio público, estas ferramentas são poderosas técnicas de marketing e vendas atingindo alcance mundial, 24hs por dia.

Por meio da rede é possível realizar, pelo lado da oferta, a segmentação do público de um mercado, a promoção da imagem de uma empresa, a coleta de dados para análise de informações estratégicas, além da criação de um banco de dados que permita a realização de ações de comercialização dirigidas, envolvendo desde malas-diretas e e-mails marketing, até mesmo outros mimos e sofisticações que auxiliem a persuasão pelo consumo de uma dada mercadoria.

Não é mais apenas o site de uma empresa a sua única e principal vitrine, mas também as ferramentas de comunicação da web, que tanto permitem sua administração sem a interferência de um webmaster, mas, sobretudo, a interatividade junto ao consumidor cada vez mais criterioso, além da ampla disponibilidade a baixo custo.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dobraram em 05 anos o número de pessoas com acesso a internet no Brasil atingindo 56 milhões de usuários. Com acesso ilimitado à rede, pelo lado da demanda, esse contingente de internautas tem dado cada vez mais preferência por realizar suas compras pelos canais de e-commerce, ferramenta de vendas que os sites disponibilizam na internet, que lhes permite mais facilidade, variedade, agilidade e conforto para suas decisões e experiências de compra.

Não se trata mais de "se", mas sim do "como" as empresas e a sociedade participarão das mídias sociais. De fato elas não são apenas mais uma moda passageira, porém, o mais eficiente canal de relacionamentos existente à sociedade na atualidade. É por meio delas, afinal, que se podem criar comunidades e influenciar as decisões de compra dos consumidores. Quem se negar a utilizá-las deverá não só ficar de fora dos acontecimentos mais dinâmicos do planeta, mas, sobretudo do novo ambiente mercadológico criado com o advento da revolução digital.

18 de out. de 2010

“Geolocalizando” as partes interessadas

Apesar do potencial dos pequenos negócios para geração de emprego e renda para a sociedade e, em acréscimo, da sua importe contribuição para o processo de desenvolvimento social de uma Economia, sobretudo no que diz respeito às liberdades de escolhas de uma população e seu respeito à biodiversidade, inda é raso o esforço das iniciativas públicas e privadas no sentido de estimular a execução de projetos setoriais integrados que estimulem este aperfeiçoamento. No Brasil, segundo o que conta a história, este cenário é ainda mais prejudicado por conta do ambiente institucional hegemônico no país, em grande parte atrelado aos curtos prazos políticos dos seus governantes e do individualismo crescente de caráter social.

Cerca de 98% das empresas do país faturam até R$ 2,4 milhões ao ano, que por sua vez compões o universo das micro empresas (MEs) e empresas de pequeno porte (EPP), também responsáveis por mais de 60% do estoque de empregos existentes no Brasil, segundo dados gerados pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) elaboradas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Além do próprio aquecimento do mercado interno decorrente dos avanços estruturais de ordem macroeconômica nos últimos dezesseis anos no Brasil, o cenário geopolítico mundial nunca esteve tão favorável ao país, que receberá nos próximos anos alguns eventos esportivos de grande visibilidade mundial, como a Copa do Mundo FIFA 2014 e as Olimpíadas de 2016 podendo estimular ainda mais, por sua vez, as oportunidades de negócio para as MEs e EPP em diversos setores na economia.

Mas mesmo este cenário não parece ter sido suficiente para que fosse dado destaque a necessidade de planejamento de políticas público-privadas com foco em projetos de arranjos setoriais, quanto mais a sua execução e operacionalização, com empenho, determinação e comprometimento dos atores envolvidos. Não há duvidas de que o país considerado um dos mais empreendedores do mundo tem falhas no que toca a seu corpo institucional, carecendo de programas integrados pensando, sobretudo, nos benefícios a médio e longo prazos. E tecnologias de comunicação de ponta, muitas até mesmo gratuitas, não faltam para contribuir com esta lacuna no processo de desenvolvimento econômico. O twitter, por exemplo, que é uma rede social de microblogs permite, entre outros, que pessoas interessadas em um mesmo assunto possam compartilhar informações de forma rápida e segura possibilitando a articulação dos agentes e a tomada de decisões conjuntas.

Um arranjo de empreendimentos que faça uso dessa ferramenta pode, por sua vez, divulgar notícias de interesse comum, trabalhar o associativismo para processos, bem como facilitar o fortalecimento das ações de cooperação. Penso em um grupo de empresas em um dado território que supostamente precisasse definir em poucos instantes quem dos integrantes do grupo poderia representá-las comercialmente em uma feira, um evento, ou até mesmo para verificar a disponibilidade para ministrar uma palestra de boas práticas gerenciais. Por meio do twitter, aqueles empreendedores mais ociosos no período, ou uma missão de empresários poderiam ser facilmente definidos garantindo uma eficiente tomada de decisão do grupo.

Outra interessante ferramenta é aquela que provêm serviços de geolocalização, como os aplicativos para celular Foursquare, Gowalla, Loopt, entre outros, que permitem com que clientes que façam uso destas plataformas para “smart phones” (celulares inteligentes) recebam ofertas especiais daqueles estabelecimentos cadastrados em seus celulares, quando de um raio de alguns quarteirões da empresa cadastrada. Conforme noticiado pela Folha de São Paulo em 17/10/10 na matéria intitulada “Geolocalizador ajuda a atrair clientes”, “os serviços de geolocalização se tornaram uma ferramenta de marketing cada vez mais importante para as pequenas empresas, especialmente aquelas que dependem do tráfego de consumidores”, como restaurantes, salões de beleza, loja de roupas, entre tantas outras.

Muitas são as tecnologias e oportunidades a disposição da sociedade para auxiliar na condução de projetos de desenvolvimento setorial, nos moldes de arranjos setoriais locais. Cabe às partes interessadas nos projetos o seu comprometimento individual com o coletivo sabendo que cada qual representa um importante elo de uma cadeia que depende da responsabilidade do grupo. Se as oportunidades forem bem exploradas e os projetos minimamente planejados, a sociedade certamente se beneficiará, a médio e longo prazos, dos legados criados desde o curto prazo.

8 de out. de 2010

As oportunidades do cyber anarquismo

Dez anos após o boom da internet, nem mesmo os mais céticos apreciadores dos meios de comunicação materiais e analógicos poderiam renegar a influência das tecnologias digitais no comportamento da sociedade contemporânea. O papel dessas tecnologias no âmbito das redes sociais assumiu tal importância, a ponto da internet se tornar o principal canal de venda dos mais diversos tipos de marcas e mercadorias. Além da opção e busca de preços competitivos, o cliente tem, em poucos minutos e após a seqüência de alguns cliques, oportunidades de conhecer a reputação da empresa, possíveis fragilidades do produto e, isso tudo, sem nem mesmo levantar do sofá.

Mas isso já não é mais nenhuma novidade. O que impressiona mesmo na internet é a infinidade de informações aí disponíveis, porém, ainda timidamente exploradas no que tange a inteligência competitiva das empresas. “As empresas deixam de crescer por conta da falta de compartilhamento de informações”, foi o que afirmou Andrew McAfee, consultor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) em palestra realizada dia 07/10 para a Universidade Corporativa Sebrae, em Brasília. De acordo com McAfee, no atual momento da WEB 2.0, muitas coisas podem ser criadas e desenvolvidas se a postura impositiva de controle dos detentores de informação parar de ser predominante aos subordinados.

A Wikipédia, enciclopédia digital gratuita, permite que o seu conteúdo seja criado com base na colaboração dos seus usuários. Conforme as necessidades e novidades, esses usuários realizam milhões de novas mudanças em um único conteúdo em poucas horas. Trata-se da oportunidade de encontrar os mais peculiares detalhes sobre um dado tema aonde quer que eles estejam no mundo.

Informações valiosas sobre o que um determinado cliente pensa, gosta e deseja podem ser facilmente obtidas na internet. A rede social Facebook é um bom exemplo de como obter tais informações e indica a mudança de paradigma nos novos tempos. Em oposição ao antigo diário pessoal de notas e memórias – aquele costumeiramente utilizado décadas atrás e que levava um pequeno cadeado anexo para resguardar os nossos segredos – o Facebook nasceu como uma vitrine para que todos os mais íntimos acontecimentos do cotidiano sejam revelados abertamente para o maior número de pessoas possíveis.

A verdade é que é muito fácil escutar o que dizem, ou melhor, o que escrevem e pensam os clientes. Empresas de buzzmonitor disponibilizam, por exemplo, a análise das nuvens de tags e assim identificam o que vem sendo dito de bom ou de ruim sobre uma empresa permitindo que ações direcionadas sejam feitas para maximizar a utilidade do seu consumidor. A ferramenta Google Analytics também permite o monitoramento das visitações feitas a um dado site, e até mesmo dos termos mais usados na rede em um dado momento sinalizando, assim, as tendências e novidades de qualquer mercado.

Neste cenário, o cyber anarquismo comportamental do internalta tornou-se muito valioso para possibilitar o planejamento das estratégias empresariais de promoção e comercialização de uma marca ou produto. Esse conjunto de informações pode ser utilizado, afinal, para a realização de campanhas promocionais dirigidas, como e-mails marketing, ações de impacto regionais, campanhas com foco em nicho setoriais, entre outras visando persuadir o ato de compra do consumidor, estimulando a demanda por um produto e aumentando a competitividade e a atitude empreendedora do empresariado. Àqueles que continuam tentando inibir ou defender-se desse novo processo, cabe somente uma nova postura, tirar proveito dessa nova e tão valiosa tecnologia digital.