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Vista da entrada de Dharavi |
A falta de mobilidade social na Grande Mumbai, na Índia, ou Grande Bombaim, não poderia ser pior. A região conta com mais de 20 milhões de habitantes, 55% dos quais vivendo em uma das 2 mil favelas espalhadas por seus arredores. São 10 mil moradores por favela, em média, vivendo em condições de pobreza extrema, sem padrões de higiene e saúde, educação ou perspectiva, em vida.
O caso mais expressivo é, sem dúvida, Dharavi, uma das mais condensadas favelas do mundo, na qual vivem aproximadamente 1 milhão de
pessoas em uma área que equivale ao tamanho de meio Central-Park, em Nova Iorque.
Com apenas 700 banheiros (média de ~1.530 pessoas por banheiro, ou praticamente 1 pessoa por minuto no banheiro), limpos dia sim, dia não, o lugar não oferece
as mínimas condições de higiene para os padrões de vida da sociedade contemporânea.
Estima-se que exista em Dharavi mais de 10 mil “fabriquetas”
de fundo de quintal dos mais variados tipos, principalmente reciclagem de
plástico e alumínio, beneficiamento de couro e tecelagem de produtos da linha têxtil.
Com aproximadamente 10m2, cada uma dessas fábricas comporta de cinco a seis
trabalhadores que vivem e trabalham em regime de mais absoluta exploração, em condições impróprias e sujeitas a diversas formas de
contaminação.
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Bolsa Michael Kors produzida em Dharavi |
Numa rápida passada de olhos, observam-se pelas ruas de Mumbai milhões
de pessoas perambulando sem rumo por suas veias urbanas. Condenados, muito vivem o
resto de suas vidas além dos limites da pobreza. Com tantos, em escala monumental,
do bilhão, os salários são mantidos excessivamente baixos, e o circuito torna-se
facilmente financiado, sem qualquer interesse a uma efetiva intervenção. A vertente
lógica da situação, por sua vez, senão óbvia, revela apenas mais uma evidência explícita do grau da miséria nos valores da atual condição de existência humana, espelhada em seu mais puro ato de egoísmo social.
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