CEPAL. Panorama de la inserción
internacional de America Latina y el Caribe. Cepal.
Santiago, (relatórios anuais), 2006.
Posicionadas como a quarta e a oitava economia do mundo
em 2005, China e Índia têm, respectivamente, acentuadas sua importância
geopolítica no cenário global. Correspondendo aos mais importantes pólos de
crescimento do comércio internacional na atualidade, ambos os países oferecem
grande potencial em importar produtos tanto dos países da própria região, como
das outras que souberem explorar corretamente as relações de intercâmbio
comercial com esses países.
Nesse documento preparado pela División de Comércio
Internacional e Integración da Cepal foram apresentados dados e análises
sobre a expansão econômica mundial e a representatividade que esses dois países
do continente asiático revelaram entre as décadas de 1990 e a primeira metade
dos anos 2000. Obedecendo aos pilares da maior liberalização econômica e da
correção dos desequilíbrios macroeconômicos, a Índia teve sua expansão galgada
nos setores têxtil e de metais básicos, mas que a cada ano cedem mais espaço ao
boom da sua estrutura de serviços, que aumentou sua participação de 34%
para 54% do PIB do país entre 1990 e 2005, com destaque aos segmentos de TIC e outsourcing.
No caso da China, sua importância cada vez mais acentuada também no âmbito
financeiro tem sido responsável pela manutenção dos equilíbrios econômicos
mundiais, já que sua oferta abundante e barata de mão de obra criou, ao longo
desses anos, as condições de manutenção da demanda por bens e serviços
mundiais. O país alcançou crescimento de 11% entre 2005 e 2006, sobretudo por
conta dos investimentos na formação bruta de capital fixo voltado igualmente a
indústria de bens de consumo leves, ainda que sua intenção seja a de modernizar
constantemente sua pauta de exportações, objetivo que posicionado em linha com
a crescente restrição aplicada a alguns setores, a redução de subsídios
indiretos do Estado e o aumento crescente dos custos com mão de obra.
No que tange aos interesses comerciais da China com o
resto do mundo, em particular com os países da América Latina e do Caribe, seu
objetivo tanto é assegurar o abastecimento de matérias primas, alimentos e produtos
energéticos para o seu mercado interno, como o de buscar um cenário cada vez
mais favorável para a continuidade das suas exportações de seus produtos
manufatureiros. Para vários países da região, a China já é o principal mercado
para suas exportações, sobretudo de bens primários, como soja e aves (Brasil e
Argentina) e farinha de peixe (Peru e Chile). Cada vez mais especializada nos
setores de alta tecnologia, a China gradualmente tem deixado de oferecer
vantagens comparativas nos setores tradicionais de baixa tecnologia abrindo
espaço o setor manufatureiro de alta tecnologia, este que tem contado com
elevado aporte de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) das empresas
transnacionais, que por sua vez têm obtido altíssimos rendimentos com suas
operações nesse país.
Através da busca de acordos comerciais, as empresas
latinoamericanas deveriam buscar formas de inserir-se nas cadeias produtivas de
ambos os países asiáticos com insumos mais completos e maior incorporação de
tecnologia. Antes de qualquer acordo
comercial, não parece óbvio e de suma importância que os países da América
Latina adotem uma orientação de política industrial às suas empresas, que há
tempos não encontram qualquer estratégia de integração nacional e regional?
Nenhum comentário:
Postar um comentário