A abertura do CLAC (Congresso Latinoamericano de Clusters), realizada em Ouro Preto (MG), prometeu apresentar experiências e boas práticas mundiais sobre o tema conhecido no Brasil como Arranjos Produtivos Locais (APLs). A sexta edição do evento, que ocorre de 16 a 20 de maio, busca disseminar experiências sobre trabalhos coletivos de sucesso realizados entre pequenas empresas, cuja vantagem competitiva decorre dos aspectos cooperação e associativismo.
Os objetivos do 6º. CLAC, segundo Lina Volpine, do SEBRAE-MG (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais) são: disseminar os principais conceitos, situar o Brasil e suas iniciativas no contexto dos clusters, além das iniciativas de clusters no contexto mundial, identificar caminhos para que a América Latina avance nos temas inovação e competitividade, identificar os desafios para o desenvolvimento sustentável da America Latina, divulgar a rede TCI Network (The Competitiveness Institute) e sua importância como instrumento de fomento e competitividade, e estimular e facilitar o relacionamento entre os participantes.
Segundo Sérgio Augusto Lourenço, da FIEMG/IEL (Federação das Indústrias de Minas Gerais/ Instituto Euvado Lodi), o marco para identificar o bom desempenho de um cluster pode ser notado quando os atores locais trabalham em conjunto, seguindo ao mesmo rumo. Lourenço admite que para haver competitividade, a governança local deve ter um entendimento comum para propor ao grupo aquilo do que há de melhor para o alcance do desenvolvimento da região.
Implementar projetos exitosos para agrupamentos setoriais de empresas é uma tarefa delicada. Enquanto as empresas dedicam-se ao planejamento e execução das ações do pólo, cabe às entidades públicas e privadas fomentar tal iniciativa criando um ambiente favorável aos negócios, colaborando com apoio técnico e financeiro, além da infra-estrutura de apoio. Para o Secretário do Desenvolvimento de Minas Gerais, Marco Antônio Rodrigues da Cunha, fazer políticas de desenvolvimento é um dos maiores desafios nos dias de hoje, quando cabe à economia globalizada transformar o empreendedor nato em um empresário.
Como é estranho pensar cooperação e associativismo em tempos de globalização, quando a lógica perversa do capital conduz à individualidade, Cunha sugere a busca de fórmulas que permitam vencer desigualdades regionais e territoriais. Para ele, a melhor modelagem construída até agora foram os clusters, ou APLs, coerentes com a necessidade de torná-los globalmente competitivos para estimular ao alcance da maturidade e autonomia da região. Existe atualmente 37 clusters em operação em Minas Gerais, além de uma outra centenas a ser potencializada, o que torna o momento propício para transformar os APLs na grande diretriz para o desenvolvimento dos municípios e regiões.
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