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24 de mai. de 2010

Seminário "Economia Ecológica"

A construção de um novo modelo econômico que inclua a variável ecológica nas decisões dos agentes econômicos deve incluir na sua agenda a valoração dos ecossistemas do planeta, a construção de equações que incluam na sua composição variáveis não monetizáveis, além de análises multidisciplinares dos diversos campos do saber. Esta idéia foi defendida por Ademar Ribeiro Romero, professor do Instituto de Economia da Unicamp (IE-Unicamp), no seminário “Economia Ecológica”, realizado no dia 20 de maio de 2010, no PROCAM-IEE-USP (Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo).

O evento discutiu os valores ecológicos e socioambientais na perspectiva econômica. Romero falou sobre a diferença entre os conceitos da economia clássica tradicional – que incorpora a monetização dos impactos ambientais aos processos produtivos – e a chamada economia ecológica - que voltou a ganhar destaque no meio científico multidisciplinar por destacar um valor ecológico ao processo produtivo.

Segundo Romero, a valoração feita no processo econômico-ecológico tem a finalidade de mudar a dinâmica de decisão dos agentes econômicos que se guiam pela monetização da economia tradicional. A valoração consiste em incorporar a complexidade dos serviços ecossistêmicos à análise econômica. Esses serviços são compostos por micro vidas presentes no solo, atividade enzimática das miríades de seres vivos, capacidade de preparação de nutrientes e acúmulo de água pelo solo, entre outras.

Um exemplo da ação humana na perspectiva da economia ecológica é o sistema de plantio direto em detrimento da aragem. Esse método permite que o solo fique mais protegido das trocas de calor com o meio externo, além de fazer melhor proveito da água para plantio.

Para que a eficiência econômica se reflita na redução do uso dos recursos materiais, ou seja, àquilo que Romero classifica como “desmaterialização da economia”, é necessário que esse novo modelo admita uma taxa de crescimento econômico zero. Ele acredita que devido à finitude dos recursos materiais da terra, o capitalismo terá de encontrar um estado estacionário condizente a mudança dos hábitos de consumo da sociedade em escala global. Esse modelo remete ao uso de energia limpa, como a solar e nucleares modernas, entre outras práticas de consumo consciente que deverão ser amadurecidas.

Abs